quarta-feira, 9 de junho de 2010

O mundo não é só aqui

Texto escrito por Rodrigo Strassburger, que está prestes a embarcar para Irlanda pela Daqui pro Mundo:

Leiam e reflitam:

O mundo é gigante, mas poucos tem a iniciativa de conhecê-lo. Preferimos nos estabelecer em algum lugar e ali criar uma rotina. Lenta e sem graça. Porém segura.
Às vezes, nas férias, acontece uma viagenzinha rápida para algum lugar. Mas tentamos não nos envolver muito com os novos ares. Preferimos ficar isolados em hotéis e visitar o maior número de shoppings possíveis para trazermos objetos “de fora”. Além disso, visitamos lugares que “temos que visitar”, mesmo que não nos atraiam nem um pouco. Os museus são bons exemplos. Eu não me interesso muito em museus, não me lembro de ter visitado algum em Porto Alegre ou Viamão. Entretanto, já fui em vários museus de cidades que visitei, pois reza a lenda da sociedade que devemos visitar museus quando viajamos. E as minhas visitas foram um tédio...
Eu acho que viagem válida é aquela em que deixamos a nossa cultura de lado e tentamos absorver ao máximo os costumes do local visitado. Temos que esquecer o rótulo de “turista” e agir como alguém que quer se adaptar ao novo habitat. Fazer coisas que as pessoas nativas fazem. Elas gostam de ir à Igreja sábado à noite? Vamos experimentar! Elas gostam de visitar museus domingo à tarde? Por que não?!
Desse modo conseguiremos enxergar melhor o tamanho do mundo em que a gente vive e a diversidade quase infinita de pessoas, hábitos e culturas que existem. Em posse dessa visão, podemos selecionar as coisas com as quais mais nos identificamos, aquelas que mais nos completam, que nos deixam felizes. E assim a gente vai mudando, evoluindo - na busca do que nos agrada.
Infelizmente, para a maioria o mundo é minúsculo. Resume-se à cidade onde vive, onde trabalha. Limita-se às pessoas do seu círculo de amizade, aquelas que geralmente pensam e agem da mesma forma que a da própria pessoa. Diferenças não devem existir. São um abuso! Uma loucura! Todos devem se comportar seguindo um padrão, vestindo-se com o mesmo estilo de roupa, tendo pensamentos e opinões iguais. Não é igual?! Então vamos rir, desdenhar, humilhar! Sem ao menos se dar ao trabalho de conhecer ou tentar compreender, óbvio.
Eu era assim. Mas o meu intercâmbio para os EUA abriu minha mente para a grandeza do mundo e aprendi a respeitar o diferente. E é por isso que estou indo para a Irlanda, estou em busca de mais experiências como essa. Estou em busca da mudança, da evolução. Daquilo que me agrada.

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Sugiro que todos façam uma viagem válida pelo menos uma vez na vida. Para aqueles que ainda não podem, sugiro que apenas tenham a noção de que o mundo não é só aqui. Isso já é o bastante.





Postado por Rodrigo Strassburger às 01:35

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